Bem, depois mais de 90 luas volto a esta cabana, vindo diretamente do interior de uma baleia, um incidente que custou minha perna direita e me rendeu um novo apelido: Corsário Barbossa, a serviço da Vossa Majestade, o rei e da Coroa Britânica. Não, espere, não estamos no set de Piratas do Caribe 4 e não era uma baleia.
- O homem ‘quebrou’ a perna apenas (a preça azul parece uma bota ortopédica), o CG vai tratar de amputar e troca-la por uma perna de pau.
Bem, nada mais importa, hoje venho falar não de mulheres tatuadas, de filosofia, de religião ou política, venho falar de ensino e aprendizado.
Aliás, vou falar de religião, política e filosofia, quem sabe surjam mulheres tatuadas, nunca se sabe… Hoje conversava com um amigo no cursinho que pediu para irmos comprar folhas de fichário, eu disse que deveríamos correr à papelaria muito rápido pois iria ensinar uma garota que senta do meu lado a marcar forças na matéria de física. Você, criatura que está no cursinho, sabe que marcar forças é primordial e que é matéria das primeiras apostilas. Aliás, sabe também que marcar forças é a base de inúmeros exercícios de dinâmica.
E então o amigo vira e fala: “Nossa, essa menina vai prestar medicina? Não né?!”
Digo que não, pergunto o por quê e ouço que a menina deveria ser muito burra e o por que é que ela não sabia algo trivial como marcar forças.
Quando fui falar com ele que as pessoas tinham dificuldades, ele diz que a menina teve dois meses para aprender aquilo e não aprendeu, que não valeria nada explicar isso às vésperas da revisão.
Santo Deus.
Começamos a discutir, mas o garoto simplesmente ignorava que as pessoas tem dificuldade com as matérias e tem um ‘bloqueio’ para exatas (normalmente) justamente porque essa matéria é absurdamente abstrata. Considerava-me uma falha em exatas até que nos exames do terceiro ano tirei 10 em matemática e 9,5 em física. De lá até hoje vi que a matemática é útil e inventei métodos para driblar essa aparente ilogicidade da matemática e da física. E enquanto falava isso o garoto me olhava e no final dispara: “Não, por que pra mim isso é um dogma”
Momentos de dor.
Dogma?
DOGMA?
-DOGMA?!?!-
“ARRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR! Seu cão selvagem sarnento!”
Continue, meu caro, continue!