O papel do poeta na construção do mundo.

Segue-se que a vida é essa: una e múltipla. É a convergência de todo o caos num ponto aparente de mundus (ordem). O poeta é aquele que se desloca deste ponto de ordenação, e no real – res – bebe da fonte. O poeta é aquele que, acima de tudo, tem um relacionamento com a coisa. Poesia, em seu sentido essencial de criação, é, senão, a desordem posta na ordem. É a criação pactuada pelo caos.

Ora, quem ousa afirmar ordem na obra de Fernando Pessoa? Quem ousa afirmar que ali é mundo? Clica aqui e veja o desenrolar no poeta Pessoa

Do Marcus e da Arte.

Saudações.

É com prazer que hoje estreio neste blog. E almejo, sobretudo, contribuir, na medida do possível, para a pensante discussão que aqui se sitia. Ora, a existência desse blog muito me é amigável, posto que a multi-disciplinaridade aqui vigora, fomentando um círculo de inter-debates, vozes que se dialogam, podendo complementarem-se ou tensionarem-se. De qualquer forma, a dialética, o dia-lógos, ocorre.

Quanto a mim, Marcus, Eu ainda não disse nada, então continue lendo.

Algumas considerações #3

Quando discordei de Clarice

Numa entrevista, Clarice disse que escrever pra crianças é mais fácil do que pros adultos. Talvez isso esteja certo para seu conceito de literatura infantil, aquela que ela não conta seus segredos. Mas é aí está a questão:  por que não? A maior dificuldade talvez esteja exatamente neste aspecto, pois, na verdade, nada deve ser escondido das crianças, elas são mais capazes do que podemos imaginar, e se se tornam idiotas é porque são tratadas desse jeito – eu cago muito seriamente nesse canal de imbecilização da infância chamado “Discovery Kids”. No fundo, a dificuldade é a mesma com os adultos: é preciso saber traduzir o que pensamos numa linguagem dançante – nós, escritores, artistas, filósofos, criadores da cultura, somos cupidos e a caneta é a nossa flecha – por acaso já viram como eles o fazem? As crianças estão bem longe de casa mesmo quando estão nela – por acaso nós estamos longe da escrita quando estamos nela? Ah, meus caros, é preciso ter pernas bem resistentes e a vergonha bem lá embaixo para entrar no uitae ludus. – O erro de Clarice foi apenas de nomes: ela mais escreve para as crianças do que para os adultos, e se era considerada hermética pelos padres das feias-letras, é apenas resquício do que eu escrevi.

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Clique e continue a leitura ^^